ODS 02 – Fome Zero e Agricultura Sustentável

Em 2013, 77,42% dos 65.257.741 de domicílios particulares do Brasil, moravam pessoas em situação de Segurança Alimentar (SA), isto é, seus moradores tiveram acesso aos alimentos em quantidade e qualidade adequadas e sequer sentiram na iminência de sofrer qualquer restrição no futuro próximo. Por outro lado, 22,58% dos domicílios viviam pessoas em situação de Insegurança Alimentar (IA). Levando em consideração o grau de insegurança alimentar, do total de domicílios, 14,78% viviam moradores em condição de IA leve, 4,57% IA moderada e 3,23% IA grave.

Na área urbana, a segurança alimentar era 79,53%, em 2013. Já no meio rural a segurança alimentar, em 2013, era 64,75%.

Em 2013, 3,94% dos domicílios de áreas urbanas viviam pessoas com restrição quantitativa de alimentos, ou seja, em IA moderada, e 2,85% dos domicílios conviveram pessoas com a experiência de fome (IA grave). Esses valores nas áreas rurais eram 8,38% e 5,51%, respectivamente.

Distribuição percentual dos domicílios particulares por situação de segurança alimentar, por situação do domicílio - 2013
Percentual dos domicílios particulares com insegurança alimentar - 2013

As proporções de domicílios com insegurança alimentar nos estados País, apresentadas no mapa, ilustram a conhecida desigualdade entre os estados brasileiros.

Em Santa Catarina, em 2013, a insegurança alimentar era de 11,14%.

Segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF 2008), em Santa Catarina, 16,70% das famílias pesquisadas informaram que a quantidade de alimentos consumidos no domicílio às vezes não era suficiente, enquanto que 5,20% afirmaram que normalmente a quantidade de alimentos não era suficiente.

Em 2006, foram identificados 168.512 estabelecimentos da agricultura familiar, o que representa 87,01% dos estabelecimentos agropecuários de Santa Catarina. Os agricultores familiares ocupavam uma área de 2.643.241,2 hectares, representando apenas 43,60% da área ocupada pelos estabelecimentos agropecuários do estado. A área média dos estabelecimentos familiares era de 15,69 hectares, e a dos não familiares, de 135,92 hectares.

Dos 2.643.241,2 hectares da agricultura familiar, 37,22% eram destinados a lavouras, 27,76% a pastagens e 26,14% a matas e/ou florestas.

Em 2006, foram registradas 571.522 pessoas vinculadas à agricultura familiar (82,02% do pessoal ocupado). Os estabelecimentos não familiares ocupavam 102.736 de pessoas, o que correspondia a 17,98% da mão de obra ocupada. 

Entre as pessoas que trabalham com agricultura familiar, 278.808 eram homens (59,47% dos ocupados) e 189.978 eram mulheres (40,53% dos ocupados). 

 

Percentual dos números e da área dos estabelecimentos agropecuários quanto a agricultura familiar - 2006

A agricultura familiar, em 2006, correspondia a 62,36% das receitas dos estabelecimentos agropecuários no estado. O valor das receitas obtidas, em 2006, pela agricultura familiar foi de R$ 4.589.575.269.

Em 2006, Produtos vegetais representava 56,40% das receitas obtidas; Animais e seus produtos, correspondia a 21,58% das receitas obtidas nos estabelecimentos. Entre as demais receitas se destacavam Prestação de serviço para empresas integradoras (20,53%) e Produtos da agroindústria (0,83%).

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) possibilita aos agricultores familiares o acesso ao crédito associado a políticas desenvolvidas pelo governo federal. Com isso, torna-se possível acessar recursos importantes como a aquisição da produção e o seguro da agricultura familiar, ajudando a manter o agricultor, a agricultura e o jovem no campo com maior qualidade de vida. Em 2012, foram oficializados 142.301 contratos de financiamento do Pronaf, representando R$ 1.998.588.151,05.

A quantidade de agrotóxico consumido pela população brasileira aumentou entre 2000 e 2014. Em 2000, a comercialização do produto era de 3,20 quilos por hectare. Em 2014, esse valor chegou a 6,70 quilos por hectare.

Consumo nacional de ingredientes ativos de agrotóxicos e afins por área plantada - 2000-2014
Percentual do número de estabelecimentos agropecuários por uso de agricultura orgânica - 2006

A agricultura orgânica não utiliza fertilizantes sintéticos e agrotóxicos, nem reguladores de crescimento e aditivos sintéticos para a alimentação animal.

Em 2006, do total de 193.668 estabelecimentos agropecuários, 1,66% faziam uso de agricultura orgânica correspondendo a 3.216 estabelecimentos. O percentual diminui para 0,18% de estabelecimentos que faziam uso de agricultura orgânica e que eram certificados por entidade credenciada.

Os estabelecimentos agropecuários que faziam uso de agricultura orgânica, em 2006 ocupavam uma área de 97.555 hectares, representando apenas 1,61% da área ocupada pelos estabelecimentos agropecuários do estado. Já os que não faziam uso de agricultura orgânica representam 98,39% da área plantada.

Segundo a FAO, em 2013, são jogados fora no mundo 1,3 bilhão de toneladas de alimentos. Observou-se que o desperdício de alimentos acontecia 10% no campo, 50% durante o manuseio e transporte, 30% na comercialização e abastecimento e 10% no varejo e consumidor final.

São produzidas quase duas vezes mais do que o necessário, a produção continua aumentando, desperdiçando recursos hídricos e energéticos, e ainda come-se alimentos com baixo valor nutricional e cheios de agrotóxicos.

Grande parte do alimento produzido no Brasil se perde durante sua cadeia produtiva. Em uma estimativa realizada pelo Instituto Akatu (2003), aproximadamente 64% de tudo que se planta no Brasil é perdido ao longo de sua cadeia produtiva.

1,3 bilhão de toneladas de alimentos são jogados fora no mundo