Santa Catarina está sofrendo novamente com a Dengue. No período de 02 de janeiro a 12 de abril de 2022, foram notificados 31.939 casos de dengue em Santa Catarina. Desses, 14.497 foram confirmados, 6.085 foram descartados e 80 inconclusivos (classificação utilizada no SINAN para os casos que, após 60 dias da data de notificação, ainda não tiveram sua investigação encerrada). O restante, 11.277 notificações, seguem em investigação.
Do total de casos confirmados até o momento, 2.246 estão em investigação de Local Provável de
Infecção (LPI) e 12.251 são autóctones (transmissão dentro do estado) distribuídos em 81 municípios de Santa Catarina, sendo que 26 atingiram o nível de epidemia: Belmonte, Itá, Iporã do Oeste, Maravilha, Romelândia, Guaraciaba, Seara, Mondaí, Coronel Freitas, Palmitos, Abelardo Luz, São José do Cedro, Caibi, Caxambu do Sul, Flor do Sertão, Concórdia, Xanxerê, Tunápolis, Santa Helena, Ascurra, São Miguel do Oeste, Brusque, Águas Frias, Peritiba, Cunha Porã e Cordilheira Alta (Tabela 2).
A caracterização de epidemia ocorre pela relação entre o número de casos confirmados e de habitantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o nível de transmissão epidêmico quando a taxa de incidência é maior de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes.
O que é dengue?
Dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado.
A infecção pelo vírus da dengue pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática, causa uma doença sistêmica e dinâmica de amplo espectro clínico, variando desde formas mais leves (oligossintomáticas) até quadros graves, podendo evoluir para o óbito. Todos os quatro sorotipos do vírus da dengue circulantes no mundo (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4) causam os mesmos sintomas, não sendo possível distingui-los somente pelo quadro clínico. O termo “dengue hemorrágica” deixou de ser empregado em 2014, quando o Brasil passou a utilizar a nova classificação da doença, que leva em consideração que a dengue é uma doença única, dinâmica e sistêmica. Para efeitos clínicos e epidemiológicos, considera-se a seguinte classificação: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave.
Sinais e sintomas
Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40° C) de início abrupto, que tem
duração de 2 a 7 dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, a dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.
Com a diminuição da febre, entre o 3º e o 7º dia do início da doença, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite. No entanto, alguns pacientes podem evoluir para a forma grave da doença, caracterizada pelo aparecimento de sinais de alarme, que podem indicar o deterioramento clínico do paciente.
Quadros graves
Sangramentos de mucosas (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, letargia, sonolência ou irritabilidade, hipotensão e tontura são considerados sinais de alarme. Alguns pacientes podem, ainda, apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade.
O choque ocorre quando um volume crítico de plasma (parte líquida do sangue) é perdido através do
extravasamento nos vasos sanguíneos, ele se caracteriza por pulso rápido e fraco, diminuição da pressão de pulso, extremidades frias, demora no enchimento capilar, pele pegajosa e agitação. O choque é de curta duração e pode, após terapia apropriada, evoluir para uma recuperação rápida; mas, pode também avançar para o óbito, num período de 12 a 24 horas.
Qualquer pessoa pode desenvolver formas graves de dengue já na primeira infecção, apesar de isso ocorrer com maior frequência entre a 2ª ou 3ª infecção, devido à resposta imune individual. No entanto, crianças, gestantes e idosos, além daqueles em situações especiais (portadores de hipertensão arterial, diabetes mellitus, asma brônquica, alergias, doenças hematológicas ou renais crônicas, doença grave do sistema cardiovascular, doença ácido-péptica ou doença autoimune), têm maior risco de apresentar quadros graves de dengue.
Atenção: na presença de sinais de alarme, o paciente deve retornar imediatamente ao serviço de saúde.
Pessoas que estiveram, nos últimos 14 dias, numa cidade com a presença do Aedes aegypti ou com a
transmissão da dengue e apresentarem os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para o diagnóstico e tratamento adequados.
Conscientização
Signatário do Movimento ODS de Joinville, o Instituto Caranguejo, na figura do quadrinista e professor Chico Lam, está divulgando na internet a versão digital de um infográfico para conscientizar a população sobre a doença e, mais importante, sobre a prevenção.
Esse infográfico é parte integrante da HQ Menino Caranguejo – Missão Dengue, que foi publicada em 2009, pela Editora Salomão. Na época, foram distribuídos 5 mil exemplares, em escolas. Quem quiser ajudar o Chico Lam, que no momento está com dengue, a levar essa mensagem adiante, pode compartilhar o post. E quem tiver interesse em publicar novos exemplares da HQ, pode entrar em contato pelo telefone: (47) 99179-2066 (falar com Viviane).
Fonte: DIVE-SC