O Coletivo Joinville Lixo Zero apresentou o modelo de gestão compartilhada e seus avanços após 10 anos de atuação na cidade, tornando-se uma inspiração nacional.
O 3° Congresso Internacional Cidades Lixo Zero foi uma experiência transformadora, onde a inovação encontrou a tradição. Realizado em Brasília, no Museu Nacional da República, o evento aconteceu nos dias 25, 26 e 27 de junho. Promovido pelo Instituto Lixo Zero Brasil, com realização do Desponta Brasil e apoio do Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Turismo e Secretaria do Meio Ambiente e Proteção Animal do DF, o evento reuniu líderes mundiais para discutir o papel fundamental do engajamento comunitário na construção de cidades sustentáveis.
Joinville, a cidade que já recebeu duas vezes o prêmio de melhor Semana Lixo Zero do Brasil, e que, por meio do Coletivo Joinville Lixo Zero, realizou uma série de ações gratuitas de educação ambiental e sustentabilidade, foi exemplo no maior evento lixo zero do mundo.
“Foi uma honra poder levar o nome de Joinville e de Santa Catarina para este congresso. Nas minhas participações, compartilhei como o Coletivo Joinville Lixo Zero se profissionalizou na última década de atuação e também como mensuramos nosso impacto por meio da comunicação e ativação da imprensa. Já participei das edições anteriores e estar nesses espaços de acordos e compartilhamento de conhecimentos é a chave para estimular a redução do nosso impacto ambiental, promover uma economia mais sustentável, reduzir disparidades sociais e incentivar a inovação”, contou Arthur Rancatti, diretor executivo do Coletivo Joinville Lixo Zero e Coordenador de Comunicação do Movimento Nacional ODS SC.
Lixo Zero e os ODS
“A gestão de resíduos sólidos urbanos no Brasil é um grande desafio para gestores públicos, empresas e sociedade. Desde a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos em 2010, o tema tem ganhado protagonismo nos debates e investimentos, mas ainda assim, mais da metade dos municípios brasileiros ainda utiliza lixões como disposição final de resíduos e a nossa taxa de reciclagem não passa dos 3%. Alinhar as metas e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) às soluções de gestão de resíduos é uma tarefa necessária, visto que pelo menos 10 dos 17 objetivos têm conexões diretas com as soluções de produção, reciclagem, compostagem e geração de renda. A cadeia de valorização produtiva dos resíduos sólidos é uma ferramenta com grandes oportunidades para que o desenvolvimento sustentável se torne realidade”, acrescentou Rancatti.
Para o Instituto Lixo Zero Brasil, o desafio do “lixo” é uma realidade que afeta a todos. Além das questões ambientais e climáticas, a população se depara com problemas sociais, econômicos e de governança, que tornam a situação ainda mais urgente, demandando medidas imediatas.
A abordagem Lixo Zero propõe soluções práticas e representa uma transformação em direção à sustentabilidade das nossas cidades.
O evento contou com mais de 400 especialistas, gestores, empreendedores e transformadores nacionais e mais de 30 especialistas internacionais. Inspiradas nas aldeias colaborativas, as Ocas representaram a união de comunidades em busca do bem comum e o evento foi dividido em: Oca pelo Social (Boas Práticas Embaixadores, Comunicação e Influência, Boas Práticas Cidades), Oca pela Economia (Certificação Lixo Zero, Reciclagem e Logística Reversa, Clima), Oca pela Governança (Catadores, Boas Práticas Internacionais, Ciências Lixo Zero), Oca pelo Acordo Social e Ambiental (palco principal dentro do Museu Nacional).