Hackathon de Inovação Social na Foz do Itajaí mobiliza comunidade e gera soluções inovadoras

Carine Bergmann 18 de junho de 2024
 Hackathon de Inovação Social na Foz do Itajaí mobiliza comunidade e gera soluções inovadoras

O evento teve como temática o desenvolvimento de soluções alinhadas com os ODS. Coordenadoras do Movimento ODS SC atuaram como mentoras e como banca avaliadora.

Nos dias 15 e 16 de junho de 2024, Itajaí se tornou o epicentro da inovação social. A Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) e o Centro Regional de Inovação – ELUME Park Tecnológico uniram forças para realizar o FOZ INOVA: Hackathon da Transformação Social na Região do Itajaí. Este evento, que buscou fomentar a inovação e o empreendedorismo social, alinhou-se diretamente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), proporcionando um verdadeiro laboratório de soluções para desafios sociais específicos.

Clima de empreendedorismo e inovação

Reunindo equipes multidisciplinares, o hackathon promoveu dois dias intensos de trabalho colaborativo, onde estudantes, profissionais e mentores de diversas áreas se dedicaram à criação de projetos inovadores. O objetivo? Resolver desafios locais por meio da inovação social, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da região da Foz do Rio Itajaí.

Equipes participantes e premiadas

Das 12 equipes participantes, três delas foram premiadas por suas soluções inovadoras. O primeiro lugar foi para a equipe FarmaFoz, com o projeto Rede+Delas. Esta iniciativa busca empoderar mulheres da comunidade pesqueira de Porto Belo, transformando resíduos de cascas de camarão em uma fonte de renda sustentável. Através da produção de farinha de camarão, elas não só poderão gerar valor econômico, mas também promover a sustentabilidade ambiental. As metas ODS a serem alcançadas incluem a valorização do trabalho não remunerado (ODS 5.4), a atualização da infraestrutura industrial para torná-la sustentável (ODS 9.4 e 9.5), a promoção da inclusão social e econômica (ODS 10.2) e a redução da geração de resíduos (ODS 12.5).

O segundo lugar ficou com a equipe Neptune e seu aplicativo “Vai Subir?“. Utilizando modelagem ambiental e monitoramento ativo, o app fornece informações em tempo real sobre alagamentos e cheias com linguagem simples. A solução ajuda a população a se preparar e responder adequadamente a esses eventos, contribuindo para a resiliência comunitária (ODS 1.5), a saúde pública (ODS 3.3) e a educação sobre riscos climáticos (ODS 4.7).

A equipe TainhaScript, que conquistou o terceiro lugar, desenvolveu o aplicativo DiaMed, para monitoramento de hipertensão arterial (HA) e o diabetes mellitus (DM), doenças crônicas não transmissíveis. A iniciativa promove a saúde e o bem-estar, alinhando-se com os objetivos 1.4; 3.8 e 9 B.

Participaram também da competição as lideranças do Comitê Local de Itajaí Lorena Berna, Coordenadora Geral,  Liege Bernardo de Almeid, Coordenadora Geral Adjunta e Lyson Souza, Coordenador adjunto de Mobilização, formando a equipe TeamODS, com a plataforma emprego 50 + diferenciada. 

Lideranças do Comitê Local de Itajaí também participaram da competição. Na foto, da esquerda para direita: Luciene Cristine Vieira (Comitê Balneário Camboriú), Camile Bruns (Coord. Estadual), Lorena Berna (Comitê Itajaí), Liege Bernardo de Almeid (Comitê Itajaí), Luciana Homrich (Coord. Estadual) e Lyson Souza (Comitê Itajaí).

Impacto nos ODS e na comunidade

O evento contou com a participação de 15 mentores, incluindo profissionais da Univali, professores, profissionais da área de negócios, de inovação, TI, profissionais da área jurídica, de psicologia e integrantes da sociedade civil organizada, a exemplo das coordenadoras do Movimento Nacional ODS Santa Catarina. Camile Bruns, Coordenadora Geral Adjunta do Movimento Nacional ODS em Santa Catarina e Luciene Cristine Vieira, Coordenadora de Mobilização do Comitê Local de Balneário Camboriú, atuaram como mentoras, enquanto Luciana Homrich, primeira secretária do Movimento, foi uma das avaliadoras. “Esses especialistas foram importantes para auxiliar e provocar as equipes no direcionamento de projetos de impacto e que estivessem alinhados com os inúmeros desafios trazidos pelos ODS”, afirmou Camile.

Reflexões para o impacto social

Luciana Homrich destacou a qualidade dos 12 projetos apresentados e a importância de integrar os ODS como critério essencial para a avaliação e premiação dos projetos. Ela também enfatizou a distinção entre focar apenas em resultado e desempenho de ações sociais pontuais e, de acompanhar e medir o impacto, a curto, médio e longo prazos, fundamentais para o alcance do impacto social, sublinhando a seriedade necessária para atingir as metas e indicadores da Agenda 2030.

O evento abordou diversas áreas de enfoque, incluindo o desenvolvimento econômico, a acessibilidade e universalidade dos sistemas de saúde e educação, a adaptação aos desastres climáticos, o empoderamento econômico de comunidades pesqueiras e formas inovadoras de aproveitamento de resíduos sólidos. 

Uma Jornada de transformação

Para Luciene, o FOZ INOVA foi mais do que uma competição; foi uma jornada de transformação, aprendizado e impacto social:  “O evento não só inspirou os participantes, mas também demonstrou o poder da colaboração entre academia, comunidade e setor privado para promover mudanças significativas. Que este hackathon sirva de exemplo para outras universidades e organizações, mostrando que a inovação social é fundamental para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável”, avalia.

O Hackaton de Inovação Social 2024 é uma realização da Univali, do Hub Uninova – Hub Univali de Inovação e Empreendedorismo e da Elume – Centro Regional de Inovação. A iniciativa contou com o apoio da Fapesc – Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina, Nichy OOH, Cimamfri, Sebrae, UnilT tecnologia, Aimec – Academia Internacional de Música Eletrônica e Movimento Nacional ODS Santa Catarina.