As enchentes no Rio Grande do Sul servem como um alerta para todo o país. É fundamental que governos, sociedade civil e setor privado trabalhem juntos para construir um futuro mais resiliente e sustentável, em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A Agenda 2030 nos oferece um roteiro para essa transformação, e o momento de agir é agora.
Mitigação, resiliência e adaptação: chaves para a reconstrução sustentável
A reconstrução do Rio Grande do Sul deve ter como base os princípios da mitigação, resiliência e adaptação às mudanças climáticas, alinhados com os ODS. Isso significa:
✔️ Investir em infraestrutura resiliente: Construir casas, pontes e estradas mais resistentes a inundações e outros eventos climáticos extremos.
✔️ Implementar políticas de gestão de água: Proteger as fontes de água potável, melhorar o saneamento básico e promover o uso racional da água.
✔️ Promover o ordenamento territorial: Evitar a ocupação de áreas de risco e garantir o desenvolvimento urbano sustentável.
✔️ Ampliar a educação ambiental: Conscientizar a população sobre os riscos climáticos e medidas de adaptação.
✔️ Fortalecer a governança climática: Implementar políticas públicas eficazes para o combate às mudanças climáticas e seus impactos.
Os conceitos de mitigação, resiliência e adaptação se destacam como ferramentas essenciais para combater os impactos do aquecimento global e construir um futuro mais sustentável. Vamos entender um pouco mais sobre cada um deles:
Mitigação:
Foco: Reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera para frear o aquecimento global.
Ações: Transição para energia renovável, aumento da eficiência energética, mudanças nos hábitos de consumo e proteção florestal.
Objetivo: Limitar a magnitude e o ritmo do aquecimento global, evitando os piores cenários das mudanças climáticas.
Resiliência:
Conceito: Capacidade de lidar com adversidades, se adaptar a elas e se recuperar de maneira positiva.
Fatores: Diversidade, flexibilidade, aprendizado, equidade e governança eficaz.
Ações: Desenvolvimento de infraestrutura resistente, implementação de sistemas de alerta precoce, investimentos em agricultura resiliente, proteção de recursos hídricos e restauração de ecossistemas.
Objetivo: Fortalecer comunidades, proteger o meio ambiente e garantir um mundo mais próspero e resiliente para as próximas gerações.
Adaptação:
Conceito: Ajuste de sistemas naturais e humanos aos impactos inevitáveis do aquecimento global.
Foco: Minimizar os efeitos negativos das mudanças climáticas e explorar oportunidades que podem surgir.
Ações: Agricultura resiliente, infraestrutura resistente, gestão da água, planejamento urbano e preservação de ecossistemas.
Objetivo: Garantir um futuro mais resiliente para as pessoas e o planeta.
Atuando em conjunto, mitigação, resiliência e adaptação podem nos ajudar a superar os desafios das mudanças climáticas e construir um futuro mais sustentável para todos.
Lembre-se: Cada um de nós tem um papel a desempenhar na luta contra as mudanças climáticas. Adotando hábitos de consumo mais conscientes, apoiando políticas públicas adequadas e cobrando ações dos governos e empresas, podemos contribuir para um futuro mais verde e resiliente.
Desafios e oportunidades à luz dos ODS
As devastadoras enchentes no Rio Grande do Sul representam um duro golpe para o desenvolvimento sustentável do estado, impactando diversos ODS. No entanto, essa tragédia também oferece a oportunidade de repensarmos as políticas públicas e construir um futuro mais resiliente e sustentável. A seguir, fazemos uma reflexão dos impactos relacionados às metas de indicadores dos ODS, bem como as oportunidades.
ODS 1: Fim da Pobreza
Impactos: Aumento da pobreza extrema e vulnerabilidade social devido à perda de renda, moradia e meios de subsistência.
Oportunidades: Implementar programas de transferência de renda, criação de empregos e reconstrução de moradias para famílias afetadas.
Meta 1.5 – Até 2030, construir a resiliência dos pobres e daqueles em situação de vulnerabilidade, e reduzir a exposição e vulnerabilidade destes a eventos extremos relacionados com o clima e outros choques e desastres econômicos, sociais e ambientais.
Indicadores
1.5.1 – Número de mortes, pessoas desaparecidas e pessoas diretamente afetadas, atribuído a desastres por 100 mil habitantes.
1.5.2 – Perdas econômicas diretas atribuídas a desastres em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).
1.5.4 – Proporção de governos locais que adotam e implementam estratégias locais de redução de risco de desastres em linha com as estratégias nacionais de redução de risco de desastres.
ODS 2: Fome Zero e Agricultura Sustentável
Impactos: Perdas significativas na produção agrícola e pecuária, ameaçando a segurança alimentar e a renda de agricultores familiares.
Oportunidades: Investir em agricultura resiliente ao clima, diversificação de culturas e programas de apoio à agricultura familiar.
Meta 2.4 – Até 2030, garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos, por meio de políticas de pesquisa, de assistência técnica e extensão rural, entre outras, visando implementar práticas agrícolas resilientes que aumentem a produção e a produtividade e, ao mesmo tempo, ajudem a proteger, recuperar e conservar os serviços ecossistêmicos, fortalecendo a capacidade de adaptação às mudanças do clima, às condições meteorológicas extremas, secas, inundações e outros desastres, melhorando progressivamente a qualidade da terra, do solo, da água e do ar.
Indicadores:
2.1.2 – Prevalência de insegurança alimentar moderada ou grave.
2.4.1 – Proporção da área agrícola sob agricultura produtiva e sustentável.
ODS 3: Saúde de Qualidade
Impactos: Aumento do risco de doenças transmitidas por água e mosquitos, além de problemas de saúde mental devido ao trauma e deslocamento.
Oportunidades: Ampliar o acesso à água potável e saneamento básico, investir em serviços de saúde mental e promover a educação em saúde.
Meta 3.3 – Até 2030 acabar, como problema de saúde pública, com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária, hepatites virais, doenças negligenciadas, doenças transmitidas pela água, arboviroses transmitidas pelo aedes aegypti e outras doenças transmissíveis.
Indicadores:
3.3.5 – Número de pessoas que necessitam de intervenções contra doenças tropicais negligenciadas (DTN).
3.9.2 – Taxa de mortalidade atribuída a fontes de água inseguras, saneamento inseguro e falta de higiene.
ODS 4: Educação de Qualidade
Impactos: Fechamento de escolas, interrupção de aulas e perda de material didático, prejudicando o aprendizado das crianças.
Oportunidades: Reconstruir e equipar escolas, garantir o acesso à educação em situações de emergência e promover a educação para o desenvolvimento sustentável.
Meta 4.7 – Até 2030, garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por meio da educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável.
Meta 4.a – Ofertar infraestrutura física escolar adequada às necessidades da criança, acessível às pessoas com deficiências e sensível ao gênero, que garanta a existência de ambientes de aprendizagem seguros, não violentos, inclusivos e eficazes para todos.
Indicadores:
4.7.1 – Em que medida (i) a educação para a cidadania global e (ii) a educação para o desenvolvimento sustentável, incluindo a igualdade de gênero e os direitos humanos, são incorporados a todos os níveis de: a) políticas nacionais de educação; b) currículos escolares; c) formação dos professores e d) avaliação dos alunos.
4.a.1 – Proporção de escolas com acesso a: (a) eletricidade; (b) internet para fins pedagógicos; (c) computadores para fins pedagógicos; (d) infraestrutura e materiais adaptados para alunos com deficiência; (e) água potável; (f) instalações sanitárias separadas por sexo; e (g) instalações básicas para lavagem das mãos (de acordo com as definições dos indicadores WASH).
ODS 5: Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres
Impactos: As mulheres e meninas são frequentemente as mais afetadas por desastres, com maior risco de violência e exploração.
Oportunidades: Promover a inclusão das mulheres na resposta e reconstrução pós-desastre, combatendo a violência de gênero e garantindo o acesso a serviços essenciais.
Meta 5.5 – Garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na esfera pública, em suas dimensões política e econômica, considerando as intersecções com raça, etnia, idade, deficiência, orientação sexual, identidade de gênero, territorialidade, cultura, religião e nacionalidade, em especial para as mulheres do campo, da floresta, das águas e das periferias urbanas.
Indicadores
5.5.1 – Proporção de assentos ocupados por mulheres em (a) parlamentos nacionais e (b) governos locais.
5.5.2 – Proporção de mulheres em posições gerenciais.
ODS 6: Água Potável e Saneamento Básico
Impactos: A qualidade da água potável foi comprometida pela contaminação com esgoto e lama, colocando em risco a saúde da população. O acesso ao saneamento básico também foi afetado, aumentando o risco de doenças.
Oportunidades: Investir na ampliação e modernização dos sistemas de água potável e saneamento básico, promover a gestão sustentável dos recursos hídricos e conscientizar a população sobre a importância da preservação da água.
Meta 6.1 – Até 2030, alcançar o acesso universal e equitativo à água para consumo humano, segura e acessível para todas e todos.
Meta 6.6 – Proteger e restaurar ecossistemas relacionados com a água, incluindo montanhas, florestas, zonas úmidas, rios, aquíferos e lagos, reduzindo os impactos da ação humana.
Indicadores:
6.1.1 – Porcentagem da população com acesso seguro à água potável por serviços de abastecimento.
6.6.1 – Alteração na extensão dos ecossistemas relacionados à água ao longo do tempo.
ODS 7: Energia Acessível e Limpa
Impactos: Danos à infraestrutura energética, causando interrupções no fornecimento de energia e aumento da dependência de combustíveis fósseis.
Oportunidades: Investir em energia renovável e descentralizada, fortalecer a infraestrutura de rede e promover a eficiência energética.
Meta 7.1 – Até 2030, assegurar o acesso universal, confiável, moderno e a preços acessíveis a serviços de energia.
Meta 7.a – Até 2030, reforçar a cooperação internacional para facilitar o acesso a pesquisa e tecnologias de energia limpa, incluindo energias renováveis, eficiência energética e tecnologias de combustíveis fósseis avançadas e mais limpas, e promover o investimento em infraestrutura de energia e em tecnologias de energia limpa.
Indicadores:
7.1.1 – Percentagem da população com acesso à eletricidade.
7.1.2 – Percentagem da população com acesso primário a combustíveis e tecnologias limpas.
7.a.1 – Fluxos financeiros internacionais para países em desenvolvimento para apoio à pesquisa e desenvolvimento de energias limpas e à produção de energia renovável, incluindo sistemas híbridos.
ODS 8: Trabalho Decente e Crescimento Econômico
Impactos: Perda de empregos e renda, aumento do desemprego e informalidade no mercado de trabalho.
Oportunidades: Apoiar a retomada econômica local, investir na qualificação profissional e promover o trabalho decente e digno.
Meta – 8.4 – Ampliar a eficiência da utilização de recursos globais no consumo e na produção, e empenhar-se para dissociar o crescimento econômico da degradação ambiental, de acordo com o Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS).
Meta 8.5 – Até 2030, reduzir em 40% a taxa de desemprego e outras formas de subutilização da força de trabalho, garantindo o trabalho digno, com ênfase na igualdade de remuneração para trabalho de igual valor.
Meta 8.b – Até 2020, desenvolver e operacionalizar um plano nacional de promoção de trabalho digno para juventude, tendo como marcos referenciais: i) a Agenda Nacional de Trabalho Decente para a juventude; ii) o Plano Nacional de Emprego e Trabalho Decente; e iii) o Pacto Mundial para o Emprego da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Indicadores
8.4.1 – Pegada material, pegada material per capita e pegada material em percentagem do PIB.
8.4.2 – Consumo interno de materiais, consumo interno de materiais per capita e consumo interno de materiais por unidade do PIB.
8.5.1 – Salário médio por hora de empregados por sexo, por ocupação, idade e pessoas com deficiência.
8.5.2 – Taxa de desocupação, por sexo, idade e pessoas com deficiência.
8.b.1 – Existência de uma estratégia nacional desenvolvida e operacionalizada para o emprego dos jovens, como estratégia distinta ou como parte de uma estratégia nacional para o emprego.
ODS 9: Indústria, Inovação e Infraestrutura
Impactos: Danos à infraestrutura física: Prejuízo à conectividade, desenvolvimento econômico e aumento de custos com reparos.
Atraso em projetos: Perda de produtividade e competitividade das empresas.
Oportunidades:
Reconstruir de forma resiliente e sustentável: Atrair investimentos, gerar empregos verdes e reduzir o impacto ambiental.
Meta 9.4 – Até 2030, modernizar a infraestrutura e reabilitar as atividades econômicas para torná-las sustentáveis, com foco no uso de recursos renováveis e maior adoção de tecnologias e processos industriais limpos e ambientalmente adequados.
Meta 9.c – Aumentar significativamente o acesso às tecnologias de informação e comunicação e empenhar-se para oferecer acesso universal e a preços acessíveis à internet, buscando garantir a qualidade, a privacidade, a proteção de dados e a segurança cibernética.
Indicadores:
9.4.1 – Emissão de CO2 pelo PIB.
9.c.1 – Proporção da população coberta por rede móvel, por tipo de tecnologia.
ODS 10: Redução das Desigualdades
Impactos: As enchentes aumentam as desigualdades sociais, pois as populações mais vulneráveis são as mais afetadas pela perda de moradia, renda e acesso a serviços básicos.
Oportunidades: Implementar políticas públicas que reduzam as desigualdades, como programas de transferência de renda, acesso à educação e saúde de qualidade e promoção da inclusão social.
Meta 10.4 – Reduzir desigualdades através da adoção de políticas fiscal, tributária, salarial e de proteção social.
Meta 10.7 – Facilitar a migração e promover a integração de migrantes e refugiados à sociedade brasileira.
Indicadores:
10.4.1 – Proporção das remunerações no PIB, incluindo salários e as transferências de proteção social
10.7.1 – Custo de recrutamento suportado pelo empregado em proporção do rendimento anual auferido no país de destino.
10.7.2 – Número de países que implementaram políticas de migração bem geridas.
ODS 11: Cidades e Comunidades Sustentáveis
Impactos: As inundações causaram danos severos à infraestrutura urbana, incluindo casas, pontes, estradas e redes de energia, prejudicando a qualidade de vida da população.
Oportunidades: Reconstruir as cidades de forma sustentável, com foco na resiliência climática, na inclusão social e na eficiência energética. Promover a gestão urbana integrada e a participação da comunidade na tomada de decisões.
Meta 11.5 – Até 2030, reduzir significativamente o número de mortes e o número de pessoas afetadas por desastres naturais de origem hidrometeorológica e climatológica, bem como diminuir substancialmente o número de pessoas residentes em áreas de risco e as perdas econômicas diretas causadas por esses desastres em relação ao produto interno bruto, com especial atenção na proteção de pessoas de baixa renda e em situação de vulnerabilidade.
Meta 11.b – Até 2030, aumentar significativamente o número de cidades que possuem políticas e planos desenvolvidos e implementados para mitigação, adaptação e resiliência a mudanças climáticas e gestão integrada de riscos de desastres de acordo com o Marco de SENDAI.
Indicadores:
11.5.1 – Número de mortes, pessoas desaparecidas e pessoas diretamente afetadas atribuído a desastres por 100 mil habitantes
11.5.2 – Perdas econômicas diretas em relação ao PIB, incluindo danos causados por desastres em infraestruturas críticas e na interrupção de serviços básicos.
11.b.1 – Número de países que adotam e implementam estratégias nacionais de redução de risco de desastres em linha com o Marco de Sendai para a Redução de Risco de Desastres 2015-2030.
11.b.2 – Proporção de governos locais que adotam e implementam estratégias locais de redução de risco de desastres em linha com as estratégias nacionais de redução de risco de desastres.
ODS 12: Consumo e Produção Sustentáveis
Impactos: A queima de combustíveis fósseis e o descarte inadequado dos resíduos contribuem para o aquecimento do planeta e as condições climáticas extremas cada vez mais intensas e recorrentes.
Oportunidades: Incentivar a produção e o consumo sustentáveis, reduzir a geração de resíduos e promover a reutilização e a reciclagem. Implementar políticas públicas que incentivem a economia circular e a descarbonização da economia.
Meta 12.8 – Até 2030, garantir que as pessoas, em todos os lugares, tenham informação relevante e conscientização sobre o desenvolvimento sustentável e estilos de vida em harmonia com a natureza, em consonância com o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA).
Meta 12.a – Apoiar países em desenvolvimento a fortalecer suas capacidades científicas e tecnológicas para mudar para padrões mais sustentáveis de produção e consumo.
Meta 12.c – Racionalizar subsídios ineficientes aos combustíveis fósseis, que encorajam o consumo exagerado, eliminando as distorções de mercado, de acordo com as circunstâncias nacionais, inclusive por meio da reestruturação fiscal e a eliminação gradual desses subsídios prejudiciais, caso existam, para refletir os seus impactos ambientais, tendo plenamente em conta as necessidades específicas e condições dos países em desenvolvimento e minimizando os possíveis impactos adversos sobre o seu desenvolvimento de uma forma que proteja os pobres e as comunidades afetadas.
Indicadores:
12.8.1 – Grau com que a (i) educação para a cidadania global e a (ii) educação para o desenvolvimento sustentável, incluindo a igualdade de gênero e os direitos humanos, são disseminados a todos os níveis em: (a) políticas educativas nacionais, (b) programas educativos, (c) formação de professores e (d) avaliação de estudantes.
12.a.1 – Quantidade de apoio concedido a países em desenvolvimento para a pesquisa e desenvolvimento sobre consumo e produção sustentáveis e tecnologias ambientalmente seguras e racionais.
12.c.1 – Montante de subsídios aos combustíveis fósseis por unidade do PIB (produção e consumo) e em percentagem do total da despesa nacional em combustíveis fósseis.
ODS 13: Ação Contra a Mudança Global do Clima
Impactos:
Inundações mais frequentes e intensas.
Piora dos impactos negativos: perdas de vidas, danos à infraestrutura e à economia.
Aumento da vulnerabilidade, especialmente dos mais pobres.
Oportunidades:
Transição para economia de baixo carbono: energias renováveis, eficiência energética e transporte sustentável.
Fortalecer a resiliência: infraestrutura resistente e medidas de adaptação.
Educação ambiental e conscientização.
Meta 13.1 – Ampliar a resiliência e a capacidade adaptativa a riscos e impactos resultantes da mudança do clima e a desastres naturais.
13.3 – Melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mudança do clima, seus riscos, mitigação, adaptação, impactos, e alerta precoce.
13.b – Estimular a ampliação da cooperação internacional em suas dimensões tecnológica e educacional objetivando fortalecer capacidades para o planejamento relacionado à mudança do clima e à gestão eficaz, nos países menos desenvolvidos, inclusive com foco em mulheres, jovens, comunidades locais e marginalizadas.
Indicadores:
13.3.1 – Número de países que integraram medidas de mitigação, adaptação, redução de impacto e alerta precoce nos currículos de ensino fundamental, médio e superior.
13.3.2 – Número de países que comunicaram o fortalecimento da capacitação institucional, sistêmica e individual para implementar ações de adaptação, mitigação e transferência de tecnologia e desenvolvimento.
13.1.1 – Número de mortes, pessoas desaparecidas e pessoas diretamente afetadas atribuído a desastres por 100 mil habitantes.
13.1.3 – Proporção de governos locais que adotam e implementam estratégias locais de redução de risco de desastres em linha com as estratégias nacionais de redução de risco de desastres.
13.b.1 – Número de países menos desenvolvidos e pequenos Estados insulares em desenvolvimento que recebem apoio especializado, e montante de apoios, incluindo financiamento, tecnologia e capacitação, para mecanismos de aumento de capacidade para planejamento e gestão eficazes das mudanças climáticas, incluindo as mulheres, os jovens e as comunidades locais e marginalizadas.
ODS 14: Vida Marinha
Impactos: As inundações podem levar à contaminação dos oceanos por esgoto, produtos químicos e outros poluentes, prejudicando a vida marinha.
Oportunidades: Proteger os oceanos e a vida marinha através da gestão sustentável dos recursos pesqueiros, combate à poluição marinha e criação de áreas marinhas protegidas.
Meta 15.5 – Conservar pelo menos 25% das zonas costeiras e marinhas, principalmente áreas de especial importância para a biodiversidade e serviços ecossistêmicos, assegurada e respeitada a demarcação, regularização e a gestão efetiva e equitativa, visando garantir a interligação, integração e representação ecológica em paisagens marinhas mais amplas, de acordo com a legislação nacional e internacional, e com base na melhor informação científica disponível.
Indicadores
14.5.1 – Cobertura de áreas marinhas protegidas em relação às áreas marinhas.
ODS 15: Vida Terrestre
Impactos: As enchentes podem levar ao desmatamento, erosão do solo e perda de biodiversidade. Ao passo que o desmatamento ocasiona a desregulação do clima, tendo como efeito os eventos extremos climáticos.
Oportunidades: Proteger a biodiversidade e os ecossistemas terrestres através da restauração florestal, combate ao desmatamento e promoção da agricultura sustentável.
15.2 – Até 2030, zerar o desmatamento ilegal em todos os biomas brasileiros, ampliar a área de florestas sob manejo ambiental sustentável e recuperar 12 milhões de hectares de florestas e demais formas de vegetação nativa degradadas, em todos os biomas e preferencialmente em Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas Legais (RLs) e, em áreas de uso alternativo do solo, ampliar em 1,4 milhão de hectares a área de florestas plantadas.
15.3 – Até 2030, combater a desertificação, restaurar a terra e o solo degradado, incluindo terrenos afetados pela desertificação, secas e inundações, e lutar para alcançar um mundo neutro em termos de degradação do solo.
15.b – Mobilizar significativamente os recursos de todas as fontes e em todos os níveis, para financiar e proporcionar incentivos adequados ao manejo florestal sustentável, inclusive para a conservação e o reflorestamento.
Indicadores:
15.2.1 – Progressos na gestão florestal sustentável.
15.3.1 – Proporção do território com solos degradados.
15.b.1 – Assistência oficial ao desenvolvimento e gastos públicos com conservação e uso sustentável da biodiversidade e dos ecossistemas.
ODS 16: Paz, Justiça e Instituições Eficazes
Impactos:
Aumento da violência, criminalidade e dificuldade no acesso à justiça. Aumento da corrupção e impunidade.
Oportunidades:
Fortalecer instituições democráticas, combater a corrupção e investir em segurança pública preventiva. Promover a cultura de paz, resolução de conflitos e diálogo. É importante também enquanto cidadãos nos atentarmos ao fato de que este ano teremos eleições municipais, e é fundamental eleger candidatos que tenham propostas para lidar com os eventos climáticos extremos.
Meta 16.6 – Desenvolver instituições eficazes, responsáveis e transparentes em todos os níveis.
Meta 16.7 – Garantir a tomada de decisão responsiva, inclusiva, participativa e representativa em todos os níveis.
Indicadores:
16.6.2 – Proporção da população satisfeita com a última experiência com serviços públicos.
16.7.2 – Proporção da população que considera que os processos de tomada de decisão são inclusivos e adequados, por sexo, idade, deficiência e grupo populacional.
ODS 17: Parcerias para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Impactos:
Dificuldade em mobilizar recursos, falta de cooperação e conhecimento.
Oportunidades:
Fortalecer cooperação internacional, parcerias público-privadas e engajamento da sociedade civil.
Meta 17.9 –
Reforçar o apoio internacional para a implementação eficaz e orientada da capacitação em países em desenvolvimento, a fim de apoiar os planos nacionais para implementar todos os objetivos de desenvolvimento sustentável, inclusive por meio da cooperação Norte-Sul, Sul-Sul e triangular.
Meta 17.17
Incentivar e promover parcerias eficazes nos âmbitos públicos, público-privados, privados e da sociedade civil, a partir da experiência das estratégias de mobilização de recursos dessas parcerias.
Indicadores:
17.9.1 – Valor, em dólares, da assistência técnica e financeira (incluindo cooperação Norte-Sul, Sul-Sul e triangular) destinada a países em desenvolvimento.
17.17.1 – Montante de dólares dos Estados Unidos destinados a parcerias público-privadas e da sociedade civil.
A solidariedade não pode parar
Apesar das reflexões para a reconstrução, sabemos que no momento o mais importante é salvar vidas, por isso a onda de solidariedade precisa continuar. Veja aqui como ajudar.
Referências:
- Cronologia das enchentes no Rio Grande do Sul: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2024/05/10/cronologia-enchente-chuvas-rio-grande-do-sul-2024-tragedia-sem-precedente.htm
- Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: https://www.ipea.gov.br/ods/
- Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC): https://www.ipcc.ch/
- Ministério do Meio Ambiente (MMA): https://www.gov.br/mma/pt-br
- Observatório do Clima: https://www.oc.eco.br/