Gisele Victor Batista – Consultora, Palestrante e Mentora em Sustentabilidade, ESG e Responsabilidade Social nas empresas. Coordenadora de Mobilização Adjunta do Movimento Nacional ODS SC
No último dia 27/04 ocorreu o III Fórum Regional do Instituto Capitalismo Consciente Brasil, promovido pela Filial Santa Catarina, para discutir as desigualdades salariais e como as empresas podem contribuir com a redução deste problema.
Foi um debate muito importante e contou com representantes de diversos setores de nossa sociedade, cuja pluralidade permitiu uma abordagem muito rica sobre o tema, que possui um grande peso ao alcance ao desenvolvimento sustentável de nosso planeta.
Segundo dados do IBGE (2022), a cor da pele de um profissional pode representar uma diferença salarial de até 20%, se comparado a um trabalhador branco. Contudo, os números da desigualdade ficam ainda mais evidentes, quando se trata da remuneração entre homens e mulheres, especialmente as pardas e negras. Mesmo em setores onde representam mais de 75% da força de trabalho, como educação, saúde e serviço social, elas recebem 32% a menos que os homens.
Por este motivo, é importante que o tema seja tratado com a seriedade que ele merece, com diálogo e cultura de apoio entre os profissionais, para que possamos ter um crescimento coletivo mais justo, humano e sustentável. Precisamos fomentar a igualdade de oportunidades para reduzirmos os abismos econômicos, sociais, raciais e de gênero que existem no Brasil.
A sociedade pode contribuir elevando o debate e cobrando políticas públicas que fortaleçam a inclusão e gerem iguais oportunidades. As empresas podem criar programas sociais, no âmbito do ESG, para fomentar crescimento de carreira de grupos marginalizados e estimulando vagas afirmativas. E você pode falar com outro profissionais sobre este tema ampliando as discussões e contribuindo com soluções ao problema.
A igualdade entre os brasileiros é um direito e uma garantia fundamental da constituição federal e proíbe a diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil (Art. 7º). Mas este problema tem sido tratado nas entrelinhas, uma vez que existe uma dificuldade na obtenção de elementos que comprovem a disparidade salarial e a discriminação é, frequentemente, sutil e silenciosa.
Este é um tema que deve interessar a todos e todas e fazer parte de nosso debate coletivo: “adotar políticas de equidade salarial e de proteção social, e alcançar progressivamente uma maior igualdade entre todos e todas” (ODS10 – Meta 10.4 – Agenda 2030 /ONU).
