ESG, diversidade e propósito foram destaques no Café com Apoiador Oficial

Carine Bergmann 6 de dezembro de 2022
 ESG, diversidade e propósito foram destaques no Café com Apoiador Oficial

Na manhã desta segunda-feira (5), o Movimento Nacional ODS Santa Catarina promoveu o Café com Apoiador Oficial, evento exclusivo para os atuais Apoiadores Oficiais do Movimento e para novos apoiadores em 2023. O encontro foi realizado no auditório da Companhia Catarinense de Água e Saneamento – Casan, em Florianópolis, com uma programação que incluiu prestação de contas do Movimento, palestras sobre Diversidade, ESG e propósito.

O evento começou com um café de boas-vindas, e seguiu com a apresentação das ações do Movimento realizadas em 2022, além da prestação de contas. Esses números serão apresentados a todos os signatários na Assembleia Geral, a ser realizada em março de 2023. Um dos destaques foi o crescimento em 34% do número de signatários, em relação ao ano de 2022.

“Atualmente estamos com mais de 1300 signatários, e esse número vem aumentando. Acreditamos que a pandemia ajudou a impulsionar esse crescimento, pois passamos a utilizar mais as tecnologias digitais, e assim alcançamos mais pessoas”, avaliou Gilson Zimmermann, Coordenador Geral do Movimento.

Na ocasião, também foram apresentadas as empresas que já confirmaram o seu apoio para 2023: Na cota Diamante: Casan, Portobello e Portonave; na cota Ouro FIESC, Grupo Nexxes, Irani e Statkraft; e na cota Prata, a Credifoz Cooperativa de Crédito. Também participaram do encontro e sinalizaram interesse em apoiar o Movimento no próximo ano, as empresas Christal Holding e a Nugali Chocolates. Empresas interessadas em serem Apoiadoras Oficiais do Movimento ainda podem garantir o seu apoio, por meio do contato: projetos@sc.movimentoods.org.br.

Diversidade nas empresas

Na sequência, a Coordenadora de Projetos no Instituto Para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), Whila Castelhano, fez uma palestra abordando sobre o que as empresas precisam saber para não cair em greenwhashing e rainbowwashing.

Whila iniciou explicando sobre o conceito de diversidade, que vai além da questão racial.  “Diversidade envolve cultura, etnicidade, gênero, identidade sexuais, aspectos sociais, religiosos, educacionais, entre outros”.

Whila também explicou como as empresas podem evitar de cair em rainbowwashing, que é o ato de usar ou adicionar as cores do arco-íris em peças de divulgação para indicar um apoio progressivo à igualdade de direitos da comunidade LBTQIA+, ganhando credibilidade no mercado, porém sem um mínimo de esforço para obter resultados pragmáticos e realizar real apoio à comunidade.

“O apoio público à comunidade LGBTQIA+ por parte das empresas é importante para aumentar a visibilidade e criar mudanças por meio da pressão social. Este apoio deve ser usado de maneiras genuínas que vão além de campanhas de marketing”, defende.

Ações que realmente impactam

Apoiar financeiramente organizações que lutam pela causa, ações de voluntariado remunerado que incentivem o engajamento das equipes, apoiar as vozes LGBTQIA+ nas empresas, não falar por uma comunidade que você não pertence e evitar posicionamentos temporários, são algumas das ações sugeridas por Whila para realmente causar impacto positivo quando o assunto é diversidade. Além disso, ela sugeriu a criação de Comitês de Diversidade e Inclusão na empresa, além de envolver fortemente os funcionários e perguntar a eles o que pode ser feito para apoiar a causa. “Ações como letramento, pesquisa com os funcionários, e ter uma atitude comprometida durante todo o ano, é fundamental para empresas que desejam avançar na pauta da diversidade”, recomenda Whila.

ESG para as empresas

Dando continuidade a programação, a Dra. Gisele Batista, Coordenadora de Mobilização adjunta do Movimento, falou sobre a importância do ESG para as empresas. A sigla vem do inglês Environmental (Ambiental, E), Social (Social, S) e Governance (Governança, G). No Brasil, também nos referimos a ela como ASG.

Já no social, relaciona-se à responsabilidade social e ao impacto das organizações em prol da comunidade e sociedade. Aqui entram temas como respeito aos direitos humanos e às leis trabalhistas; segurança no trabalho; salário justo; diversidade e gênero, raça, etnia, credo; proteção de dados e privacidade; satisfação dos clientes; investimento social e relacionamento com a comunidade.

Environmental ou ambiental, refere-se às práticas das organizações voltadas ao meio ambiente. Aqui são destacados temas como mudanças climáticas; emissões de gases poluentes; poluição do ar e da água; desmatamento; gestão de resíduos; eficiência energética; biodiversidade; entre outros.

Em governança, está ligado às políticas, processos, estratégias e orientações de administração das organizações. Aqui são abordados temas como conduta corporativa; composição do conselho e sua independência; práticas anticorrupção; existência de canais de denúncia sobre casos de discriminação, assédio e corrupção; auditorias internas e externas; respeito aos direitos dos consumidores, fornecedores e investidores; transparência de dados; remuneração dos executivos; etc. Está ligado ao ambiental e social, por ser quem dita, orienta, fiscaliza e reporta as práticas sustentáveis.

Gisele destacou que o ESG não é uma moda, e também não é algo ideológico ou apenas um assunto do interesse de ambientalistas.

“Até 2025 o setor deve atingir investimentos na ordem de US$ 53 trilhões. Isso significa que a sustentabilidade como um modelo de negócios já é, e continuará sendo, muito rentável. Esta também é uma ideia defendida por Lary Fink, CEO da BlackRock (maior gestora de ativos do mundo), o qual afirma que “a sustentabilidade pode separar empresas vencedoras de perdedoras””, explica Gisele.

Habilidades para o desenvolvimento sustentável

Gisele também destacou que entender a sustentabilidade requer uma visão ampla e que é preciso incluir o desenvolvimento do ser humano. E nesse sentido, é importante que as pessoas se conectem e busquem conhecer o seu propósito.

Ela também apresentou os IDG – INNER Development Goals, ou Objetivos de Desenvolvimento Interno. Os 5 IDGs são:

1 – Ser – Relação consigo mesmo; 2- Pensamento – Habilidades Cognitivas; 3 – Relacionamento – Cuidando dos outros e do mundo; 4 – Colaboração – Habilidade Sociais e 5 – Atuação – Impulsionando a mudança.

Gisele finalizou convidando a todos os presentes a refletirem sobre qual o seu propósito, e sobre qual legado querem deixar para as gerações futuras. “Qual é a semente que você está deixando para o mundo?”, provocou.