Iniciativa conta com parcerias de signatários do Movimento Nacional ODS Santa Catarina
Um projeto elaborado pelo Rotary Club de Balneário Camboriú, com a coordenação do Instituto Federal de Santa Catarina, patrocínio do Instituto Rogério Rosa, e parceria da Secretaria Municipal de educação, quer prover incentivos e capacitação para meninas em idade escolar, de 10 a 16 anos, de escolas públicas de ensino fundamental, como forma de motivá-las à formação nas áreas de Exatas, TI e Engenharia. O projeto irá iniciar em maio, no contraturno escolar, no Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (CAIC) Ayrton Senna da Silva, no município de Balneário Camboriú.
O projeto Meninas Cientistas tem como objetivos introduzir as meninas no desenvolvimento de games e softwares utilizando-se plataformas de codificação/programação de fácil aprendizado e de fácil desenvolvimento, amigáveis e que permitam criar aplicativos em pouco tempo (as chamadas low-code); introduzir as meninas no desenvolvimento de brinquedos eletrônicos e robôs, utilizando-se plataforma Arduino de microcontrolador, de fácil aprendizado e de fácil desenvolvimento, e prototipagem rápida.
Além disso, o projeto Meninas Cientistas busca fomentar ações, projetos e trabalhos de forma interdisciplinar, que estimulem o interesse das estudantes nas áreas de TI e Engenharias; Adoção de práticas que estimulem o gosto pelas Exatas na escola, com atividades lúdicas e criativas; Articular parcerias para oficinas e cursos complementares que contribuam para despertar o interesse das jovens em áreas como robótica, programação e desenvolvimento de produtos e protótipos de equipamentos digitais; Ações de parceria da escola com universidades, empresas de tecnologia, laboratórios e centros de pesquisa, que promovam intercâmbio, informação e a inserção de meninas em áreas das Ciências Exatas, Engenharias e Computação.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Auxiliar no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável também é um dos propósitos do projeto Meninas Cientistas. Assim, busca contribuir com o alcance do ODS 4: EDUCAÇÃO DE QUALIDADE, por meio da oferta de atividades extracurriculares, de formação e capacitação; ODS 5: Alcançar a IGUALDADE DE GÊNERO e empoderar todas as mulheres e meninas; ODS 8: Promover o TRABALHO DECENTE E CRESCIMENTO ECONÔMICO, direcionando as meninas para áreas profissionais promissoras e bem-remuneradas; ODS 10: REDUÇÃO DA DESIGUALDADE entre oportunidades de emprego, faixa salarial, com o estímulo à continuidade e extensão do percurso formativo de estudos, diminuição da evasão escolar, melhor distribuição de renda, etc; e ODS 17: PARCERIAS E MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO, por meio de parcerias com a iniciativa privada, para arrecadar fundos, serviços e materiais, que serão investidos no projeto.
Apagão tecnológico e escassez de mulheres nas áreas de Exatas, TI e Engenharia
De acordo com a Softex, organização social voltada ao fomento da área de TI, o problema perdura há alguns anos: entre 2010 e 2020, a carência de profissionais representou perdas acumuladas de R$ 167 bilhões para o setor tecnológico. Segundo o mesmo levantamento, o déficit de profissionais de
TI deve chegar a mais de 408 mil postos de trabalho até 2022, e a 420 mil até 2024, só no Brasil.
Apesar de representarem a maioria da população com curso superior (19,4%, contra 15,1% dos homens), as mulheres tendem a se matricular em cursos tais como Serviço Social (88,3% dos alunos); Saúde, excluindo Medicina (77,3% das matrículas), Ciências Sociais e comportamentais (70,4%) e Educação (65,6%) [IBGE, 2018].
Os homens são imensa maioria nas funções técnicas e tecnológicas, e em cargos de gestão e liderança, onde a competitividade e impetuosidade são bem vistas. Para Luciene Vieira, vice-presidente do Rotary Club de Balneário Camboriú, não existe qualquer justificativa intelectual para isto, uma vez que as mulheres que ingressam nas áreas tecnológicas costumam ser bem-sucedidas e reconhecidas:
“Acreditamos que esta cultura possa e deva ser mudada. É urgente e imprescindível que sejam criados programas de aumento da formação de profissionais de TI e Engenharias, como forma de atender as necessidades do mercado de trabalho, promovendo o crescimento econômico e aumentando a empregabilidade e renda das mulheres na região”, afirma Luciene.
Premiação das alunas
Após o desenvolvimento dos cursos, o projeto Meninas Cientistas será avaliado com respeito ao atingimento das metas e objetivos estabelecidos, à evolução e desempenho das alunas, às parcerias firmadas e interesse pela continuação do projeto por parte da comunidade. Ao final será realizado uma premiação das melhores alunas do curso. O projeto tem previsão de execução em 10 meses, de março a dezembro de 2022.
Ação ODS
Para conhecer mais detalhes desse projeto, será realizada uma live no dia 30 de maio de 2022, às 10h, no canal YouTube.com/MovimentoODSSC. Participe!
