Fórum de Desenvolvimento ABDE 2022: Uma reflexão sobre o que nos conecta a um futuro sustentável

Carine Bergmann 7 de abril de 2022
 Fórum de Desenvolvimento ABDE 2022: Uma reflexão sobre o que nos conecta a um futuro sustentável

Por Anemarie Dalchau, Economista, Coordenadora Geral do Movimento ODS Comitê Joinville e Vice-Coordenadora do curso de Ciências Econômicas da Univille.

Inicialmente, relembrando o que é a ABDE: uma associação de Instituições Financeiras de Desenvolvimento criada em 1969 que tem como missão “Contribuir para o desenvolvimento sustentável – econômico, social e ambiental – do país e representar com excelência os interesses dos associados”. Os associados são instituições do Sistema Nacional de Fomento como: bancos públicos federais, bancos de desenvolvimento, cooperativas, agências de fomento, etc.

Desta forma, o evento de 2022 realizado nos dias 15 e 16.03.22, teve como questão de discussão e reflexão: “O que nos conecta a um futuro sustentável?”. O tema, provocativo e essencial, demonstrou a urgência e emergência na busca por uma sociedade mais sustentável, resiliente e justa, nas 4 dimensões que tratamos no Movimento ODS: Social, Ambiental, Econômica e Institucional.

Assim, foi dois dias de intensos relatos e troca de experiências entre os envolvidos. Já na abertura, em 15.03.22, houve o lançamento do Plano ABDE 2030 de Desenvolvimento Sustentável, com a participação de instituições como: BNDES, BADESUL, Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento-UNCTAD, Banco Europeu de Investimentos-BEI, Agencia Francesa de Desenvolvimento-AFD, Banco de Desenvolvimento da América Latina-CAF, Embaixada da Alemanha, Banco de Brasília-BRB, Banco Interamericano de Desenvolvimento-BID e ONU Brasil.

Desde a apresentação e passando pela reflexão sobre o Plano ABDE 2030, dos economistas: Zeina Latif, Nelson Marconi, Guilherme Mello, além do ex- governador Germano Rigotto, destacaram a importância da análise conjuntural e os reflexos na construção de cenários menos sombrios quando o assunto é aliar desenvolvimento econômico e sustentabilidade. Na sequência, foi discutido o papel das Instituições Financeiras de Desenvolvimento e a cooperação internacional para o financiamento ao desenvolvimento sustentável nas diversas regiões brasileiras, incluindo aí a discussão sobre Blended Finance – uma forma de aliar diferentes tipos de capital em ações que convergem em objetivos tanto financeiros quanto de impactos sociais relevantes – como instrumentos garantidores nos diversos objetivos da Agenda 2030.

Assim, o primeiro dia termina de forma muito proveitosa, com discussão sobre a importância do fomento ao mercado de carbono como forma de uma transição sustentável necessariamente abrangente, além do anúncio dos vencedores da 1ª Edição do Prêmio SAIN-ABDE

O segundo dia, 16.03.22, Richard Martínez Alvarado, Vice-presidente de países do Banco Interamericano de Desenvolvimento nos traz, na abertura dos trabalhos, importante reflexão sobre a mobilização de atores e instrumentos para impulsionar a agenda do desenvolvimento sustentável. Desde soluções baseadas na natureza e o fomento a green and blue economy, fomos envolvidos pela importância, cada vez maior, da prática do ODS 17 no que tange as parcerias e implementação de politicas voltadas, cada vez mais, às mudanças na dinâmica econômica de Produção e Consumo, transformando problemas em oportunidades com efetividade, equidade e economicidade.

Na sequência dos painéis, a partir desta reflexão sobre novas formas de Produção e Consumo, seguiram-se reflexões sobre cidades sustentáveis e inteligentes, projetos de infraestrutura e logística sustentáveis. Também, visando a equidade social da discussão, tratou-se da diversidade, inclusão social e apoio ao empreendedorismo. Com isso, a atuação das Instituições Financeiras de Desenvolvimento no financiamento às pequenas e médias empresas e o fomento ao microcrédito no Brasil, além do potencial do fomento subnacional, fecharam com brilhantismo a reflexão sobre o quanto é necessário e urgente buscarmos soluções políticas e econômicas para melhorar nossa sociedade nos aspectos sociais e ambientais.

Desta forma a ABDE, na minha visão, a partir do seu Plano ABDE 2030, contribui significativamente para que possamos alcançar, juntos o cumprimento das metas dos ODS. Aliás, objetivos comuns da entidade e do nosso Movimento Nacional ODS SC. (…) “trazer propostas concretas de políticas públicas, com ênfase na temática do financiamento, que contribuam para um desenvolvimento mais sustentável, inclusivo e inovativo para o Brasil” é a proposta da ABDE. No plano que será encaminhado aos candidatos das eleições 2022 nas várias esferas, a ideia é conscientizar, cada vez mais, que “não existe almoço grátis”. Ou concatenamos, definitivamente, as ações politicas em prol do cumprimento da Agenda 2030, ou este “almoço”, que não é grátis, se tornará impagável.