Pesca artesanal com botos pelo 2º ano é Finalista do maior Prêmio do Patrimônio Cultural Brasileiro

, Carine Bergmann 30 de novembro de 2021
 Pesca artesanal com botos pelo 2º ano é Finalista do maior Prêmio do Patrimônio Cultural Brasileiro

Ação de signatário visa registrar a tradicional atividade de pesca artesanal com botos na região de Laguna como patrimônio cultural, por meio da Ação: Pescacombotos.art.br: Rede de Ações e interconexões

Os botos pescadores são atrativos turísticos e indicadores de um ecossistema saudável. O signatário do Movimento Nacional ODS Santa Catarina, Wellington Linhares Martins, pesquisa desde 2011 o trabalho da pesca artesanal com botos, na região de Laguna. Pelo segundo ano consecutivo, a Ação: Pescacombotos.art.br: Rede de Ações e interconexões é finalista do Prêmio Rodrigo Melo de Franco de Andrade, maior reconhecimento do Patrimônio Cultural Brasileiro.

A pesca com botos é uma prática centenária, assim, o projeto ajudar a proteger o ecossistema marinho e também a salvaguardar a cultura da pesca artesanal. “O pescador é o verdadeiro guardião da lagoa e do boto, por isso parte do projeto é trabalhar na sensibilização, sobre a importância de tornar a pesca artesanal com boto num Patrimônio Cultural da Humanidade”, explica Linhares.

O projeto ajuda a lidar com desafios como a proteção para evitar a contaminação da lagoa; captura de redes clandestinas; notificação de acidentes náuticos; preservação da paisagem cultural; manutenção da tradição da pesca com boto como um saber; e o meio ambiente como espaço para o desenvolvimento sustentável.

“Todos ganham com este reconhecimento, pescador, turistas e o meio ambiente. O projeto visa gerar conhecimento, pois só podemos amar aquilo que conhecemos, e só a partir desse amor vamos aumentar o nosso senso de cuidado e proteção dessa cultura. Os pescadores são os mestres neste sentido”, defende Linhares.

A Ação: Pescacombotos.art.br: Rede de Ações e interconexões é um portal de informações onde são registradas as ações do projeto e também um repositório de conteúdo para divulgação e pesquisa. Também contém um canal de denuncias para poder atender à demanda dos pescadores artesanais, para comunicar atividades como a pesca ilegal, crimes ambientais, excesso de velocidade de embarcações, animais mortos ou feridos, contaminação das águas, entre outros para preservar o boto pescador e a tradição da pesca artesanal.

O Prêmio Rodrigo

Os candidatos ao 34º Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade já podem conferir a lista provisória de finalistas, divulgada no dia 09 de novembro. Das 435 ações inscritas, 124 seguem para a etapa nacional.

O certame é promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura (Secult) e ao Ministério do Turismo (MTur), e contemplará 12 ações em todo o país. São dez prêmios de R$ 20 mil e duas menções honrosas.

As iniciativas selecionadas na etapa estadual serão analisadas pela Comissão Nacional de Avaliação, formada pela presidência do Iphan e por 20 jurados que atuam nas áreas de preservação e salvaguarda do Patrimônio Cultural. O resultado final está previsto para o dia 17 de dezembro.

O concurso premia iniciativas de preservação e salvaguarda do Patrimônio Cultural Brasileiro que mereçam registro, divulgação e reconhecimento público devido sua originalidade, vulto ou caráter exemplar. Confira os vencedores das edições anteriores.

As ações selecionadas são divididas em duas categorias. A primeira contempla ações que envolvem a integração entre as dimensões material e imaterial do patrimônio cultural – com resultados relativos aos anos de 2019 e 2020.

A segunda é direcionada a iniciativas de preservação e salvaguarda do patrimônio cultural adaptadas ao contexto da pandemia, por meio de recursos tecnológicos de comunicação e difusão da informação – com resultados relativos ao ano de 2020.

Cada uma das categorias possui seis segmentos:

Segmento I: Poder Público: administração pública direta e indireta municipal, estadual e federal;

Segmento II: Cooperativas e associações formalizadas;

Segmento III: Redes e coletivos não formalizados;

Segmento IV: Pessoas Físicas;

Segmento V: Micro Empreendedor Individual (MEI) e Microempresa (ME);

Segmento VI: Demais Fundações ou Empresas Privadas, exceto Micro

Empreendedor Individual (MEI) e Microempresa (ME).

Histórico do Prêmio

O nome da premiação homenageia o advogado, jornalista e escritor Rodrigo Melo de Franco de Andrade, nascido em 1898, em Belo Horizonte (MG). No período entre 1934 e 1945, quando Gustavo Capanema era ministro da Educação, Rodrigo fez parte do grupo de intelectuais e artistas herdeiros da Semana de 1922, quando se tornou o maior responsável pela consolidação jurídica do tema Patrimônio Cultural no Brasil. Em 1937, esteve à frente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), atual Iphan, o qual presidiu por 30 anos.

Resultado provisório da etapa estadual

Mais informações sobre o Prêmio