CEBDS prevê que total de US$17 bilhões podem ser gerados a partir de negócios sustentáveis até 2030
A Ambipar, líder em gestão ambiental, junto de outras grandes empresas, assinou a carta de neutralidade climática do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). O documento afirma que as companhias, representadas pelo órgão, acreditam que o Brasil tem potencial para ser protagonista de soluções voltadas à neutralidade climática.
A carta afirma que metas mais ambiciosas de neutralização de emissões para 2050 trarão ganhos, ao Brasil, em termos econômicos, com geração de empregos e investimento em soluções de baixo carbono; comerciais, com poder de negociação no mercado internacional; ambientais, a partir da redução de emissão dos gases de efeito estufa (GEE); e reputacionais, evidenciando o potencial do Brasil acerca do tema.
As empresas representadas pelo CEBDS reconhecem que é possível investir em boas práticas e inovações para recuperar a economia brasileira e criar um modelo de economia circular, em que as indústrias utilizem processos de baixo carbono e que os benefícios entre produzir e preservar sejam claros. O objetivo é planejar um futuro mais sustentável para o Brasil.
De acordo com Onara Lima, diretora de sustentabilidade da Ambipar, a assinatura da companhia na carta significa agir em prol da preservação ambiental, das ações contra as mudanças climáticas, reforçando o posicionamento estratégico frente ao tema. “A empresa possui diversas ações para promover uma economia de baixo carbono, inclusive através da economia circular, processo já materializado com o potencial na redução das emissões de GEE e outros projetos próprios”, explica.
A diretora de sustentabilidade também lembra que a Ambipar compensou 100% das emissões mensuradas no inventário GEE através de aquisição de unidades de carbono verificadas do Projeto PACAJAI REDD+, que incentiva a preservação da floresta Amazônica, aumentando espaço para a vida selvagem, biodiversidade e regenerando a floresta.
Além da Compensação, a companhia adotou uma série de iniciativas visando reduzir as emissões de GEE, tais como: a renovação constante da frota e o uso de carro elétrico no apoio das operações; o uso de etanol ao invés da gasolina; a geração de energia por meio de painéis fotovoltaicos nas unidades operacionais; e a preservação de 42 hectares de áreas florestais para o sequestro de carbono
“O Brasil é detentor de 20% da biodiversidade do planeta. Acreditamos muito no potencial do país em promover negócios mais responsáveis e sustentáveis para atingir as metas do Acordo de Paris e aquelas que ainda estão por vir na Cop-26″, afirma Onara.
A carta do CEBDS destaca, também, os ganhos do Brasil a partir da implementação de ações mais ousadas em relação à neutralidade climática. O CEBDS prevê que um total de US$17 bilhões podem ser gerados a partir de negócios sustentáveis até 2030. As ações poderiam ser responsáveis por 37% da redução de emissões, limitando o aquecimento global em 2ºC até 2030. Além disso, a carta afirma que o Produto Interno Bruto (PIB) pode crescer com processos de baixo carbono, atingindo R$2,8 trilhões até 2030 e R$19 bilhões em produtividade agrícola previsto em estudos apoiados pelo conselho.
O documento também evidencia a importância da discussão entre o setor privado, sociedade civil e o governo brasileiro, já que o país possui rica biodiversidade, disponibilidade de recursos naturais, matriz energética limpa e renovável, recursos humanos capacitados e muito engajamento das empresas brasileiras. O documento afirma que experiências como o RenovaBio e um futuro mercado regulado de carbono são ações que permitem maior atratividade para futura aceleração da entrada de recursos financeiros no país.
Outro destaque da carta é a oportunidade do Brasil de ser protagonista em negociações climáticas, citando estudo apoiado pelo CEBDS que afirma que o país consegue reduzir as emissões de GEE em 42% até 2025. “O setor empresarial tem atuado em diversas frentes, com medidas para redução e compensação de emissões de GEE, precificação interna de carbono, descarbonização das operações e cadeias de valor, investimentos em tecnologias verdes e estabelecimento de metas ambiciosas de neutralidade climática com prazos mais curtos que o estabelecido pelo País”, diz o documento.
Além da Ambipar, outras grandes marcas assinaram a carta como Bayer, Braskem, Bradesco, BRF, Carrefour, Cba, Ceptis, DSM, Ecolab, Eneva, Equinor, Icare & Consult, Ipiranga, Itaú, JBS, Lojas Renner, Lwart, Marfrig, Michelin, Microsoft, Natura, Shneider, Shell, Siemens Energy, Suzano, Ticket Log, Tozzini Freire, Vedacit, Votorantim, Way Carbon, Abag, ICC Brasil, Coalizão Brazil e Centro Brasileiro de Relações Internacionais.