Diretor do Hospital Cardiológico Costantini ressalta para os riscos das doenças durante a pandemia
Em meio a pior crise de saúde do século, muitos pacientes têm deixado de procurar atendimento médico por receio de contrair o coronavírus no ambiente hospitalar. No Dia do Médico, 18 de outubro, o cardiologista Dr. Costantino Costantini, diretor do Hospital Cardiológico Costantini, faz um alerta para que os pacientes cuidem do coração e sigam com os tratamentos.
Segundo dados apresentados pelo Cardiômetro, ferramenta da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) que exibe em tempo real o número de óbitos por doenças do coração no país, o Brasil já registra mais de 320 mil mortes em 2020, até o momento. Além disso, o Portal da Transparência mostra que, desde o dia 12 de março, data do primeiro óbito por Covid-19 no Brasil, houve um aumento de 27% nas mortes por doenças cardiovasculares em relação ao mesmo período do ano passado. No Paraná, este número chega a quase 11%.
De acordo com o médico cardiologista, um dos maiores vilões para o coração é justamente o estresse, fator que aumenta durante o isolamento social e mudanças bruscas nas rotinas. “Percebemos que essa mudança faz com que os pacientes fiquem mais atarefados no dia a dia e, consequentemente, mais irritados e deprimidos. Uma alternativa é colocar o exercício físico na rotina. Ele é considerado a mola-mestra para eliminarmos as condições que levam pessoas cada vez mais jovens a ter problemas cardiovasculares”.
A data, que celebra e faz uma homenagem a todos os profissionais da área, este ano, está diferente, já que a época não é de comemoração e, sim, de alerta. Dados internos do hospital mostram que houve um aumento de cerca de 12,3% em número de infartos durante a pandemia, comparado ao ano anterior. “Estamos vendo muitas pessoas deixarem de lado o controle cardiovascular. Alguns chegam com dores no peito que já duram quatro ou cinco meses. Isso acontece porque os pacientes não estão fazendo os check-ups anuais necessários”.
O médico alerta que para controlar a obesidade, a glicemia e a hipertensão, que são os principais fatores de risco para o coração, é importante manter uma vida saudável, se alimentando bem, com uma dieta rica em alimentos naturais, evitando o estresse, tomando todos os medicamentos prescritos, praticando de 50 a 60 minutos de exercícios aeróbicos diários, além de meditação e descanso. Ele ressalta, ainda, que é necessário buscar ajuda médica quando tiver com dores no peito que podem irradiar pelo braço e região do estômago, suor excessivo, tontura, falta de ar, indisposição gástrica, braço amortecido, dores nas costas ou na mandíbula.
“Temos que respeitar as orientações das autoridades em relação ao coronavírus para a doença não se proliferar ainda mais, porém não podemos ter medo de procurar atendimento médico quando necessitamos. É importante ressaltar que a doença cardiovascular continua sendo a principal causa de morte no Brasil e no mundo”.
Ainda, como médico, o cardiologista vê a data como mais uma forma de valorização dos profissionais, que estão nesta constante luta para salvar vidas. “Em um momento como esse, a sociedade precisa reconhecer ainda mais a atuação destes profissionais, tanto os que estão na linha de frente da batalha contra o coronavírus, quanto os que atuam contra outras doenças. É uma data importante para celebrar os médicos, relembrar a importância deles e alertar a população para medidas cautelares em relação à saúde”, comenta o Dr. Costantini.
Texto: Adriana Barquilha
Imagem de PublicDomainPictures por Pixabay