A população brasileira está envelhecendo. Esta afirmação pode ser constatada segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Pnad 2015, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo aponta que o número pessoas da faixa etária entre 20 a 59 anos subiu para 41% contra 36,2% em 2005 e que para os mesmos períodos, a faixa de idosos de 60 anos ou mais, foi de 9,8% para 14,3%.
O Brasil se comprometeu com o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, assumindo assim, o compromisso com alcance de metas como a do ODS 3 – Saúde e Bem-Estar. Entre elas, a meta de diminuir a mortalidade prematura de doenças como câncer, doenças cardiovasculares e etc., em um terço até 2030. A meta é um desafio para o Brasil, diante do envelhecimento da população.
Saúde e Bem-Estar: Metas e indicadores do ODS 3
Segundo dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a meta 3.4, de acordo com a redação das Nações Unidas, busca até 2030, reduzir em um terço a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis (DCNT) via prevenção e tratamento, e promover a saúde mental e o bem-estar.
Segundo a adequação do documento para a realidade brasileira, a meta é, até 2030, reduzir em um terço a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis via prevenção e tratamento, promover a saúde mental e o bem-estar, a saúde do trabalhador e da trabalhadora, e prevenir o suicídio, alterando significativamente a tendência de aumento. Os indicadores avaliados são: 3.4.1 – Taxa de mortalidade por doenças do aparelho circulatório, tumores malignos, diabetes mellitus e doenças crônicas respiratórias; e 3.4.2 – Taxa de mortalidade por suicídio.
Em 2017, “pessoas com 60 anos ou mais representavam 12,51% da população brasileira, mas estimativas do IBGE apontam que esse valor deve chegar a 29% em 2050”, afirma a pesquisadora do Grupo de Informação em Saúde e Envelhecimento (Gise), Débora Castanheira. Para ela, “esse processo de transição demográfica, somado ao aumento da expectativa de vida, gera mudanças no perfil epidemiológico da população, levando à maior prevalência de doenças específicas das faixas etárias mais avançadas, como as DCNT”, explica.
Castanheira defende que no cenário atual, a tendência de mortalidade de DCNP ( Doença de Prioridades de controle de rede) é de aumento. “O Estado brasileiro tem que assumir essa preocupação como central no planejamento de políticas públicas”, enfatiza. Segundo ela, por isso, é importante discutir “quais os melhores caminhos em termos de organização do sistema de saúde, comunicação social, informação, planejamento, monitoramento e avaliação para que os Objetivos sejam alcançados.
Texto: Carine Bergmann
Fonte: Fiocruz, ICIT (Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde).