O Instituto Ekko Brasil publica nota técnica e alerta sobre a grave situação da Lagoa do Peri, responsável por abastecer boa parte de Florianópolis
Com a longa estiagem, a Lagoa do Peri, que fica no sul da ilha, está com seu nível de água bem abaixo dos anos anteriores. O Instituto Ekko Brasil (IEB), que desde 2001 realiza pesquisas e ações educativas ligadas à lagoa, divulga hoje uma nota técnica analisando os efeitos e impactos observados por esta baixa hídrica, assim como as perspectivas futuras deste importante manancial local.
Em 1999, com a finalização, da barragem da Casan, o nível da água subiu 1,5 metros e toda a área descoberta de areia (foto abaixo) foi inundada. Desde 2000, a lagoa teve o seu volume reduzido por diversas vezes em função da retirada da água e períodos de seca prolongados.
Entretanto, passados mais de 20 anos, a situação nunca esteve tão grave. “Estamos próximos aos níveis de 1998, anterior a construção da barragem”, diz o gerente e pesquisador do Instituto Ekko Brasil, Odemar Carvalho Júnior.
Mobilização importante
A Lagoa do Peri tem cerca de cinco quilômetros quadrados de superfície de água e está três metros acima do nível do mar. Seu volume é mantido principalmente pela água das chuvas. “É um importante reservatório que precisamos preservar e monitorar”, destaca Junior.
Além disso, segundo Fernando Diehl, atual presidente do IEB, esse manancial é o resultado de processos geoevolutivos de milhares de anos: “As espécies que ali vivem compõem uma rede de informações que é mantida em funcionamento por meio do fluxo gênico”, reitera.
Impactos futuros
Desde 2013, o IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) alerta sobre o fato de que áreas urbanas costeiras estão sujeitas a sofrer com a elevação do nível do mar, inundações e salinização das águas subterrâneas.
Sobre o Instituto Ekko Brasil
Criado em 2004, em Santa Catarina, o Instituto Ekko Brasil (IEB) é uma organização da sociedade civil, cujo objetivo é coordenar e apoiar projetos que tenham como foco a conservação da biodiversidade e o turismo de conservação. Para alcançar sua missão, o IEB atua através da pesquisa e da mobilização social, como forma de contribuir para a melhoria da qualidade de vida das comunidades, deixando um legado positivo às gerações futuras. desenvolve, desde 2001, pesquisas na Lagoa do Peri, principalmente com a Lontra Neotropical. Além dos estudos com a espécie, trabalha com educação ambiental, mobilização social e turismo de conservação.