2015 foi ano mais quente já registrado, 2016 vai ser pior!

, , Regina 28 de janeiro de 2016
 2015 foi ano mais quente já registrado, 2016 vai ser pior!

 

2014 foi o ano mais quente desde que as medições globais começaram a ser feitas com termômetros, em 1880: as médias naquele ano foram 0,61°C mais altas do que no período entre 1961 e 1990. Os registros de 2015 indicam que apenas entre janeiro e outubro o recorde de 2014 já havia sido batido, com 0,72°C. Não se tem notícia de uma onda de frio entre novembro e dezembro e a chegada do inverno ao hemisfério norte não atenuou a alta. Ou seja, 2015 superou 2014 como o ano mais quente da história.

 

A temperatura média da superfície global em 2015 quebrou todos os recordes registrados anteriormente, e com grande margem de diferença, segundo informações da Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgadas na segunda-feira (25/01). Pela primeira vez, as temperaturas ficaram cerca de 1ºC acima da era pré-industrial.

 

“Um El Niño excepcionalmente forte e o aquecimento global causado por emissões de gases de efeito estufa juntaram forças provocando um efeito dramático sobre o sistema climático em 2015”, afirmou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

 

Ele explicou que os efeitos do fenômeno El Niño acabarão nos próximos meses, mas os impactos das mudanças climáticas provocadas por intervenção humana se manifestarão por muitas décadas. “As alterações do clima terão crescentes impactos negativos, pelo menos, durante as próximas cinco décadas”, acrescentou.

 

Segundo a OMM, 15 dos 16 anos mais quentes registrados foram desse século, sendo 2015 um ano significativamente mais quente do que o anterior. O período de 2011-2015 foi o período de cinco anos com as mais altas temperaturas já observadas.

 

Para Taalas, é necessário investir na adaptação às mudanças climáticas, aumentando a capacidade dos países de prover melhores alertas preventivos antes de desastres para minimizar as perdas humanas e econômicas.

 

“Se os compromissos feitos durante as negociações sobre mudanças climáticas em Paris e, além disso, uma maior redução do nível de emissões for alcançada, nós ainda teremos uma chance de permanecer dentro do limite máximo de 2ºC”, afirmou, referindo-se ao aumento de temperatura que a comunidade internacional se comprometeu a não ultrapassar.

 

O relatório completo sobre o clima em 2015 será apresentado pela OMM em março deste ano.

 

Previsões indicam que 2016 será mais quente ainda

 

Se as previsões se concretizarem, 2016 será o terceiro ano consecutivo de recorde das máximas de temperatura.

 

Pouco mais de um mês depois da COP21, um dos maiores eventos de sustentabilidade do planeta, o serviço meteorológico do governo britânico, o Met Office, alerta que as temperaturas globais devem bater novo recorde em 2016. Segundo a instituição, que divulgou no dia 11 de janeiro a “previsão do tempo” para o ano, a temperatura média global em 2016 deve ser 0,84°C mais alta do que a média do período entre 1961 e 1990. Se confirmada, essa tendência trará um feito inédito no registro climático global: três recordes históricos de temperatura máxima batidos em três anos consecutivos.

 

No ano passado, o El Niño, que foi batizado de “Godzilla”, fez com que o aquecimento global batesse 1°C em relação à era pré-industrial. O efeito do El Niño, somado ao da mudança climática, deve garantir a continuidade do calorão neste ano.

 

O Met Office diz não esperar que o futuro seja assim, com um recorde de temperatura batido atrás do outro, indefinidamente. O escritório afirma, porém, que as mudanças causadas pelo acúmulo de emissões de gases do efeito estufa na atmosfera têm a indesejável propriedade de potencializar flutuações naturais do clima, como os El Niños e as variações em ciclos naturais dos oceanos, como a Oscilação Decadal do Pacífico e a Oscilação Multidecadal do Atlântico.

 

Esses fenômenos naturais alteram de tempos em tempos a circulação marinha, que é o coração do sistema climático global, e são capazes de esquentar ou resfriar o mundo sem nenhum auxílio externo.

 

 

Com informações da Editora Expressão, ONU e Instituto Ethos.