Opinião
A IGUALDADE E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Por Lucas Ferreira – Sociólogo
Como o pesquisador Antônio Sérgio Alfredo Guimarães explica em seu livro “Preconceito e discriminação” (Editora 34, 2000), o novo senso comum concebe o racismo como existente, discutível e condenável. Três são os elementos que contribuem para a formação dessa nova consciência coletiva acerca das desigualdades: os movimentos sociais em prol da cidadania, o discurso dos intelectuais brasileiros e a opinião pública internacional.
Ao apresentar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a ONU endossa a construção da democracia fundamentada na igualdade racial e de gênero. O Brasil, desde a Conferência de Durbam (2001), compromete-se a implementar Políticas de Ações Afirmativas para a promoção da igualdade.
No dia 29 de novembro de 2016, ocorreu em Brasília o lançamento do Fórum Permanente da Igualdade Racial (FOPIR). Os representantes das Nações Unidas debateram com entidades negras e anti-racistas o documento “Análise de Conjuntura do Estado brasileiro e as desigualdades sociorraciais no século XXI”.
Em seu comunicado público, o lançamento do FOPIR visa “impactar e influenciar governos, parlamentos, poder judiciário, gestores de políticas públicas, mídia, operadores do direito, academia, setor privado; além de desenvolver ações de comunicação voltadas para a sociedade como um todo, como campanhas e interação nas redes sociais no sentido de demarcar a igualdade racial e a equidade de gênero como fatores imprescindíveis para um desenvolvimento inclusivo”.
O Brasil atinge um novo patamar na construção da igualdade ao tornar em Políticas Públicas suas intenções de justiça social.
Foto: Marcha das mulheres negras em 2015. Dando nascimento ao que hoje é a Fopir.