5 Dicas para alcançar o ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima

, Regina 30 de junho de 2017
 5 Dicas para alcançar o ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima

Nesta edição do Dicas ODS conversamos com José Baltazar Andrade Guerra, professor dos mestrados e das pós-graduações em Administração e Ciências do Ambiente na Universidade do Sul de Santa Catarina.

 

Ele abordou o 13º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável que é Ação contra a mudança global do clima: Tomar medidas urgentes para combater as mudanças climáticas e os seus impactos.

Confira as Dicas de Baltazar:


“A mudança climática é um evento global.  Nós hoje vivemos numa era marcada por duas grandes mudanças: pela mudança climática global e pela mudança econômica global. Ambas as mudanças vão afetar as nossas sociedades, os nossos países, as nossas comunidades. E a palavra-chave hoje em dia é adaptação. Nós temos que nos adaptar às mudanças climáticas globais.

A 1ª dica que eu quero dar para adaptação às mudanças climáticas globais tem a ver com investimento e preparação para o desenvolvimento.

 Nós precisamos de uma parceria em interesse-final dos estados, dos atores-interesses finais para mobilizar os recursos tal como acordados no Acordo de Paris, mais ou menos na ordem dos 100 bilhões de dólares por ano, para conseguirmos apoiar os países em desenvolvimento nas estratégias de mitigação das mudanças climáticas.

Os custos da não-adaptação serão sempre superiores àquilo que forem os investimentos que nós faremos nas nossas comunidades e nos nossos estados para nos adaptarmos às mudanças climáticas.

 

A 2ª dica tem a ver conosco, cidadãos, pessoas e consumidores. E são pequenas mudanças de hábitos que vão gerar grandes resultados num mundo que tem mais de 7 bilhões de habitantes.

Nós temos que consumir e produzir de uma forma responsável. Pequenas mudanças de nós, cidadãos. Reciclarmos mais, reutilizarmos mais, reduzirmos os nossos consumos – como nós somos uma grande população, somos mais de 7 bilhões de habitantes no nosso planeta, na nossa casa comum – vão ter um impacto muito grande.

Uma pequena poupança de eletricidade, uma pequena poupança de água, andarmos mais a pé, mais de bicicleta, menos de carro, menos de transportes individuais, vai gerar uma significativa economia de água, de energia, de alimentos. E sem sombra de dúvida, isso pode gerar um futuro mais sustentável.

 

A minha 3ª dica tem a ver com a importância do diálogo entre a universidade, os setores políticos e o setor privado. Nós precisamos construir uma parceria para a sustentabilidade nos nossos estados.

Precisamos que as universidades não sejam torres de marfim. Sejam centros de vanguarda das nossas sociedades e que ajudem na busca de soluções para a sustentabilidade.Precisamos que as universidades dialoguem com o setor público, dialoguem com os setores políticos, informando-os para tomadas de decisão e para a elaboração de políticas públicas para promover o desenvolvimento sustentável. E também, precisamos de um diálogo que envolva o setor privado. São esses três agentes que vão conseguir prover um futuro mais sustentável.

 

A minha 4ª dica – não podia deixar de ser porque sou professor, sou educador, com muito muito orgulho – é incentivarmos a educação para a sustentabilidade.  

As universidades são espaços que são como pequenas cidades. As universidades são espaços onde nós temos infraestrutura, temos transporte, temos alojamentos, temos edificações, temos consumo de água, consumo de energia, consumo de alimentos. Então as universidades devem transformar-se em espaços sustentáveis. Os nossos campus devem ser campus sustentáveis, devem ser “green” campus.

E a universidade tem um papel fundamental na preparação das gerações futuras para um mundo mais sustentável, para um consumo mais responsável, para uma produção que seja mais equilibrada. Nós temos a grande função de preparar as gerações futuras e ajudarmos a construir o futuro que nós queremos.

 

 A minha última dica, a minha 5ª dica, tem a ver com a utilização do transporte público. Um transporte público de qualidade.

Quando nós usamos mais transporte público, quando as nossas cidades utilizam mais transportes públicos, nós as transformamos em cidades mais sustentáveis, em cidades mais agradáveis. Nós melhoramos a qualidade de vida. Nós temos um ganho imenso na qualidade do ar, nós temos espaços onde viver é mais agradável.

Isso é absolutamente fundamental. Transporte público não garante só qualidade de vida, ele garante também sustentabilidade porque reduz as emissões de gases de efeito estufa e ajuda a transformar as cidades, como eu disse há pouco, em cidades mais sustentáveis.

É uma medida aparentemente simples, mas nós não podemos esquecer que em 2050 nós vamos ter, mais ou menos, 70% da população mundial vivendo em cidades.

Isso são cerca de 7 bilhões, 7 mil milhões de habitantes. Um investimento maciço em transporte público garante, de fato, uma sustentabilidade muito grande para os espaços urbanos. E os espaços urbanos vão concentrar a maioria da população mundial num futuro muito próximo.