A solução, que analisa mais de 90 variáveis sobre o quadro de um paciente, otimiza o trabalho médico e ajuda a salvar uma média de 18 vidas por dia
O Sistema Laura, plataforma de inteligência artificial brasileira treinada para monitorar o quadro de pacientes e auxiliar a equipe médica assistencial a evitar danos a doentes por meio de análises preditivas, chega a hospitais públicos brasileiros. O marco é fruto de uma parceria entre o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (organização social vinculada ao Ministério) e o Instituto Laura Fressatto. .
A tecnologia, em atuação há 10 anos, com mais de 8,6 milhões de atendimentos, é um exemplo da metodologia de testagem e validação de tecnologias inovadoras, que podem ser escaladas para todo o sistema de saúde do país, adotada pelo Ministério e formalizada pelo acordo entre as instituições mencionadas.
O Hospital das Forças Armadas (HFA) foi o primeiro hospital público beneficiado pela aliança, já com a ferramenta em implementação. O próximo passo do projeto fomentado pelo Ministério é ampliar a rede de hospitais públicos conectados e atender mais pacientes, com mais qualidade, menor tempo e menor custo.
A solução analisa mais de 90 variáveis de informações sobre o quadro do paciente (frequência cardíaca, respiratória e pressão) e elabora índices de risco de deterioração clínica. Desta forma, se tiver algo de errado com a pessoa internada, é emitido um alerta para a equipe assistencial, indicando as possíveis causas. Ela permite ainda a melhora na capacidade preditiva, para que os pacientes mais críticos sejam atendidos com prioridade e recebam o tratamento adequado o quanto antes. Assim, as equipes médicas poderão tomar decisões mais assertivas e cuidar das pessoas internadas de forma otimizada.
Com o sistema, é possível antecipar em até 12 horas o alerta de deterioração clínica, possibilitando a intervenção antecipada, quando combinado ao monitoramento contínuo de sinais vitais, auxiliando ainda na otimização de resultados clínicos e financeiros. Entre os benefícios, estão a redução de 25% na taxa de mortalidade e menos sete horas no tempo de internação por paciente, com ajuda do robô, nos hospitais vinculados.
A tecnologia também tem sido fundamental no atendimento a pacientes infectados pelo Covid-19. Além do acompanhamento na área de internação, a solução de Pronto Atendimento Digital do Laura disponibiliza gratuitamente um chatbot para pessoas que tenham dúvidas sobre o novo coronavírus ou queiram conferir se estão com sintomas característicos da doença, sem sair de casa. Em uma triagem online, é possível “conversar” com o robô, que orienta, se é o caso de buscar ou não atendimento em um hospital. A ferramenta ainda indica unidades de saúde aptas a atender aquele paciente e notifica os hospitais de que um caso suspeito está chegando. A solução ajuda a evitar idas desnecessárias ao pronto atendimento.
Sobre a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP)
Qualificada como uma Organização Social (OS), a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e mantida por esse, em conjunto com os ministérios da Educação (MEC), Turismo, Saúde (MS) e Defesa (MD), que participam do Programa Interministerial RNP (PI-RNP). Pioneira no acesso à internet no Brasil, a RNP planeja, opera e mantém a rede Ipê, infraestrutura óptica nacional acadêmica de alto desempenho. Com Pontos de Presença em 27 unidades da federação, a rede conecta 1.529 campi e unidades nas capitais e no interior. São mais de quatro milhões de usuários, usufruindo de uma infraestrutura de redes avançadas para comunicação, computação e experimentação, que contribui para a integração dos sistemas de Ciência e Tecnologia, Educação Superior, Saúde, Cultura e Defesa.